O Segredo da Ressurreição Colorada: Como Roger Machado Transformou o Internacional?

A Ascensão do Internacional: Uma Análise Tática do Segundo Turno

O Internacional, sob o comando de Roger Machado, está em uma trajetória de ascensão no Campeonato Brasileiro. A equipe gaúcha conquistou quatro vitórias consecutivas, um período de invencibilidade que se estende por mais de um mês e pode se prolongar ainda mais com a partida atrasada contra o RB Bragantino. Essa sequência de triunfos coloca o Colorado na briga por uma vaga na Libertadores. Uma pergunta surge: onde estaria o Internacional se tivesse jogado dessa forma desde o início do campeonato?

A vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo no Morumbi é a prova cabal da transformação do time no segundo turno. A atuação impecável foi um reflexo da nova fórmula de Roger Machado, que implantou um estilo de jogo baseado na posse de bola, triangulações e pressão alta, elementos que transformaram o Colorado.

Desvendando o Novo Internacional de Roger Machado

O treinador, questionado por seu passado no Grêmio e por trabalhos anteriores sem sequência, enfrentou um início turbulento, com derrotas em jogos considerados fáceis. A busca por um time titular foi árdua, mas Roger finalmente encontrou a fórmula ideal. A equipe que protagoniza a sequência invicta conta com nomes como Alexandro Bernabei, que havia sido dispensado por Eduardo Coudet, e Bruno Gomes, que ganhou a vaga com a saída de Bustos. Roger também deu espaço a Gabriel Carvalho e oficializou Valencia no banco, com Borré assumindo a posição de centroavante.

A mudança mais significativa está na forma como o Internacional constrói suas jogadas. A saída de bola é sustentada, com passes precisos e aproximação entre os jogadores. Os laterais têm liberdade para buscar a bola dos zagueiros, com Bernabei se destacando por sua mobilidade, jogando pelo centro e tabelando com Alan Patrick, Gabriel e até Borré. A presença de Fernando, de volta ao Brasil, ainda não se traduz em uma participação ativa na troca de passes. Thiago Maia e Alan Patrick se movimentam em um setor à frente de Bernabei, buscando espaço para receber a bola e iniciar as jogadas ofensivas.

Triangulações: O DNA da Ofensiva Colorada

O Internacional de Roger Machado se caracteriza por um estilo de jogo baseado em triangulações. Essa característica é visível em todos os setores do campo, com grupos de três jogadores se aproximando para dar apoio e sustentar o companheiro com a bola. O jogador que toca a bola ultrapassa e se projeta para a área.

Bernabei, com sua força na ultrapassagem e mobilidade, é a peça-chave na saída de bola e construção de jogadas pela esquerda. Na direita, o mesmo princípio se aplica, com jogadores se aproximando para trocar passes curtos e penetrar na área. Até Borré, o centroavante, participa das triangulações, saindo da área para receber a bola. Para evitar que a área fique desguarnecida, Roger incentiva o outro ponta a "fechar o lixo", enquanto Alan Patrick tem liberdade para se movimentar, criar jogadas e finalizar.

Chegada na Área: Velocidade e Precisão

A saída de bola móvel e as triangulações permitem que o Internacional chegue na área de forma rápida e eficiente. Nem sempre todos os jogadores participam da finalização, com Roger preferindo manter Bruno Gomes , Fernando e Thiago Maia mais presos. Bernabei e o quarteto ofensivo se soltam para quebrar a defesa adversária, buscando espaços e finalizações.

Defesa: Compacta e Sufocante

O Internacional de Roger Machado se adapta à situação do jogo e apresenta duas formas de marcação:

Defesa em Casa

No Beira Rio, o time se posiciona em um 4-4-2 sem a bola, fechando os espaços do adversário em seu próprio campo. A marcação é feita no meio-campo, com o objetivo de sufocar o adversário que tem a bola. Se a bola for recuperada, Borré pode ser acionado no contra-ataque, ou o time volta a construir suas jogadas da forma descrita anteriormente.

Defesa Fora de Casa

Para evitar oscilações, Roger Machado implementou uma mudança na forma de marcação fora de casa. O exemplo mais evidente foi o segundo tempo contra o São Paulo no Morumbi: mesmo sem a posse de bola, o Internacional pressionou a frente, com Thiago Maia desempenhando um papel fundamental como meia, ao lado dos pontas. Essa pressão alta garantiu o segundo gol do Colorado.

Roger Machado: A Ascensão de um Treinador

A desconfiança do torcedor colorado em relação a Roger Machado, um ídolo do Grêmio, ainda não foi totalmente dissipada. A saída do Juventude também gerou estranhamento.

"O campo fala", como os treinadores gostam de dizer. E o campo fala bem de Roger Machado. O segundo turno do Internacional é exemplar e mostra que o treinador, quase dez anos depois de se tornar um dos mais promissores técnicos da nova geração brasileira, é capaz de realizar trabalhos de alto nível em clubes de expressão. Ainda mais em um momento tão desafiador, após a enchente que atingiu a cidade de Porto Alegre.

A conquista de uma vaga na Libertadores seria a prova definitiva da capacidade de Roger Machado e um voto de confiança que ele merece. O próprio campo e as atuações do Internacional são os melhores argumentos para defender o trabalho do treinador.

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Para finalizar, o Internacional de Roger Machado está em constante evolução. A equipe gaúcha demonstra uma nova identidade, com um estilo de jogo ofensivo, dinâmico e eficiente. Se a equipe mantiver essa trajetória, o futuro promete ser brilhante para o Colorado.