Roger Machado: "É uma injustiça tremenda"

A pressão sobre treinadores no futebol brasileiro

Roger Machado, técnico do Internacional, vive um momento de tranquilidade e reconhecimento pelo trabalho realizado no clube. No entanto, o treinador não se esquece das críticas e dos rótulos que acompanham sua trajetória, especialmente em relação ao tempo de duração de seus trabalhos.

O treinador, que chegou ao Beira-Rio em meio a desconfianças, por conta de seu passado no Grêmio e por supostamente não manter um bom desempenho após inícios promissores, atualmente é um dos mais aplaudidos pela torcida colorada. Sob seu comando, o Inter ocupa a quarta posição no Brasileirão, com 59 pontos, e está invicto há 14 jogos, com 10 vitórias nesse período.

Apesar do sucesso, Roger ainda é questionado sobre sua capacidade de manter um padrão de jogo a longo prazo. Essa crítica, segundo ele, gera um desconforto, mas não o impede de manter a elegância e o respeito, mesmo reconhecendo que há um equívoco na análise da imprensa.

Em entrevista coletiva, ele afirmou: "Quando falam isso, é uma injustiça tremenda. É sempre do lado de lá que ocorre esses rótulos. Treinador brasileiro tem cinco meses de estabilidade. É preciso avaliar com um pouco mais de critérios com os profissionais que trabalham duro e sério. A média que tenho nos clubes onde trabalhei é mais de 55% de aproveitamento".

A influência da chegada de treinadores estrangeiros

Roger Machado também comenta sobre a crescente presença de estrangeiros no futebol brasileiro e o impacto que isso causa na forma como os treinadores brasileiros são avaliados.

Ele acredita que a chegada de técnicos estrangeiros contribuiu para uma maior tolerância em relação à pressão sobre os treinadores brasileiros. A expectativa por resultados imediatos, que antes era uma constante para os treinadores nacionais, parece ter diminuído com a entrada dos estrangeiros no mercado.

Em suas palavras: "Os estrangeiros vieram nos ajudar. Tínhamos quatro jogos de instabilidade. Aos estrangeiros, vocês (imprensa) dão sete, e fica sete para todos".

A importância de iniciar a temporada

Roger Machado destaca a importância de iniciar a temporada com um novo projeto, construindo seu próprio elenco e tendo tempo para implementar sua filosofia de jogo. No entanto, ele reconhece que, em alguns casos, assumir um clube em meio à temporada pode trazer um desafio diferente, mas não menos importante.

Ele diz: "Sigo achando importante começar a temporada, mas com a expectativa esvaziada no meio da temporada, há mais tranquilidade. Se você pega no começo, teve 12 dias de pré-temporada, trouxe dois jogadores, o elenco é teu. Te vira. A responsabilidade é tua pelo processo. Meus maiores trabalhos foram de 18 meses e peguei no meio. Os outros duraram sete. Não é coincidência".

Roger Machado conclui sua análise defendendo a necessidade de um olhar mais crítico e justo sobre a performance dos treinadores brasileiros. Ele acredita que a média de aproveitamento em seus trabalhos demonstra sua capacidade e dedicação ao longo dos anos.

O treinador segue comandando o Internacional com a expectativa de superar os trabalhos realizados em outros clubes, garantir a vaga na Conmebol Libertadores e recolocar o time na rota dos títulos. O próximo desafio do Inter será no dia 21, contra o Vasco, em São Januário.

?? "Os estrangeiros vieram nos ajudar. Tínhamos quatro jogos de instabilidade. Aos estrangeiros, vocês (imprensa) dão sete, e fica sete para todos." - Roger Machado @SCInternacional #Inter #Brasileirao https://t.co/467g4X8n9B

— ge (@geglobo) September 2, 2023