Legado Imortal: Mamonas Assassinas ecoam nos estádios de futebol

Mamonas Assassinas: A Imortalidade Através da Música e do Futebol

A influência dos Mamonas Assassinas transcende gerações, consolidando-se como um fenômeno cultural que se mantém vivo no imaginário popular. Surpreendentemente, essa notoriedade se manifesta também nos estádios de futebol, impulsionada pelas torcidas apaixonadas de Flamengo e Internacional. O legado da banda, interrompido por uma tragédia em 1996, perdura através de versões adaptadas de seus maiores sucessos, entoadas a plenos pulmões nas arquibancadas.

A reverência dos torcedores de futebol ao grupo musical demonstra como a arte pode perpetuar a memória e os valores de uma época. Para Jorge Santana, CEO da marca Mamonas Assassinas e primo do saudoso vocalista Dinho, a homenagem prestada pelas torcidas é motivo de orgulho e emoção. "A arte transcende. O legado acaba sendo imortalizado pela arte. Tudo o que eles (Mamonas) fizeram valeu muito a pena. Eles acreditavam nos sonhos deles. Ter torcidas de futebol cantando versões das músicas dos Mamonas nos dá muito orgulho. É gratificante demais ver que eles não morreram. Essas pessoas não deixam os Mamonas morrerem.", declara Santana, evidenciando a importância do reconhecimento popular na manutenção da chama dos Mamonas acesa.

A Brasília Amarela no Maracanã: Um Sonho Que Se Concretizará?

A emblemática Brasília amarela, eternizada na canção "Pelados em Santos", tornou-se um dos maiores símbolos da banda. Jorge Santana nutre o desejo de levar o veículo, que ainda existe, ao Maracanã, o templo do futebol brasileiro. "Qualquer dia eu vou levar a Brasília amarela para o Maracanã. Quem sabe não rola uma parceria para deixá-la exposta?", almeja o CEO, vislumbrando a possibilidade de unir dois ícones da cultura nacional em um só lugar.

Além da presença marcante nos estádios, o legado dos Mamonas Assassinas continua a ser celebrado em diversas outras frentes. O lançamento do filme "Mamonas Assassinas - O Filme", em 2023, reacendeu a paixão do público pela banda, que voltou a se apresentar em shows por todo o país e até no exterior, incluindo uma participação no Rock in Rio Lisboa, em Portugal.

Homenagens e Projetos Futuros: A Celebração Contínua dos Mamonas

Em janeiro deste ano, uma música inédita escrita por Dinho, intitulada "Olodum, Olodois", foi lançada em parceria com a banda de axé Olodum, demonstrando a atemporalidade e a versatilidade da obra dos Mamonas. Paralelamente, o projeto "Artistas cantam Mamonas" está em andamento, reunindo grandes nomes da música brasileira, como Alexandre Pires e Mumuzinho, para celebrar os 30 anos do surgimento da banda.

A primeira torcida a criar sua versão foi a do Inter. A composição "Minha Camisa Vermelha" foi criada em 2008 por integrantes da "Guarda Popular", organizada do clube. No ano seguinte foi a vez dos flamenguistas. Com relação de amizade com os colorados, eles criaram a "Mengão do Meu Coração", que embalou o épico título brasileiro de 2009, com Adriano Imperador, Petkovic e cia.

A Paixão Clubística dos Integrantes: Uma Curiosidade à Parte

Curiosamente, apesar das homenagens vindas das torcidas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, os integrantes dos Mamonas Assassinas eram torcedores de clubes paulistas. Dinho, o carismático vocalista, era um corintiano fervoroso. Mesmo distante dos estádios, ele não dispensava uma ligação para familiares em busca de notícias sobre o Timão.

Os irmãos Samuel e Sérgio Reoli ostentavam o amor pelo São Paulo, com Samuel demonstrando maior interesse e acompanhamento das partidas do Tricolor. Bento Hinoto, o guitarrista de ascendência oriental, era palmeirense, enquanto Júlio Rasec, o tecladista, desenvolveu apreço pela Portuguesa após o sucesso da música "Vira Vira", na qual interpretava a personagem "Maria".